Comércio global e reflexões para o pós pandemiaComércio global e reflexões para o pós pandemia

Exportação: Comércio global e reflexões para o pós pandemia

O que esperarmos do mundo nos anos de 2022 e 2023? Como os países estão se preparando para as necessidades, possibilidades, lacunas e crise que deverão se apresentar no pós pandemia?
Estamos vivenciando o fim de uma era curta, de incertezas e desabastecimento, frutos da instabilidade na cadeia de suprimentos trazida pela COVID-19.


A pandemia nos trouxe a triste realidade de que não somos autossuficientes para muito além do que imaginávamos. Faltou até seringa, porque não conseguíamos produzir e não haviam fornecedores aptos a nos entregar no prazo que precisávamos.

Também foi um período para entendermos que nem mesmo as lacunas deixadas por alguns fornecedores, seriam possíveis de serem preenchidas pelo Brasil, pois nossas indústrias não estavam capacitadas e sequer podiam atender à mercados mais exigentes.

O saldo? É sem dúvida positivo. Diante de uma necessidade latente de se reinventar, o brasileiro iniciou um movimento (ainda que lento), de revitalização de suas indústrias e passou a importar o maior números de ativos fixos da década. Mostra real interesse na recuperação industrial brasileira.

Tantas outras empresas, presenciando a alta contínua do câmbio, decidiram que o futuro será a exportação. E importar ou exportar já não é mais uma opção. É uma necessidade.

Com o vai e vem do mercado e a extrema dificuldade no abastecimento com origem asiática, brasileiros passaram a buscar fornecedores em outros países que não a China e também começaram a prestar mais atenção em novos acordos comerciais que nosso país ensaia assinar, com o objetivo de também expandir suas exportações.

O desafio agora está mais concentrado na logística internacional do que na capacidade de muitas empresas em buscarem novos horizontes. Com uma alta de mais de 1000% em algumas rotas, o frete internacional é hoje o principal vilão na cadeia de suprimentos de qualquer país. As inflações locais ajudam a impulsionar esse triste cenário.

Sem qualquer possibilidade de domínio sob o que acontece com o oligopólio das cias de navegação, nos resta aguardar pelo bom senso daqueles que hoje, determinam em muitos casos, quem importa e quem exporta. Milhares de contratos mundo afora se tornaram inviáveis, dada à prática de aumento abusivo nos valores dos transportes internacionais.

Aos brasileiros, resta também a lição de casa de captar tecnologias estrangeiras e trazer para que nosso país tenha acesso à processos mais modernos e maior produtividade, assim como, buscar se enquadrar no jogo de xadrez internacional, como um player que planeja suas ações e investe em estar apto para as demandas globais.

E o governo? ao nosso governo (seja ele qual for), caberá o papel de liberar linhas de crédito às empresas que precisam atuar no comércio internacional de maneira igualitária. Permitir que os recursos disponibilizados na esfera federal, cheguem até o “consumidor” exportador/importador. Os bancos dificultam o acesso às linhas de crédito para o comércio internacional, porque são linhas de crédito à juros baixos e pouco interessantes para a lucratividade bancária. Contudo, elas são fundamentais para qualquer operação internacional, uma vez que toda e qualquer operação de comércio exterior, demanda meses ou até anos para que sejam concretizadas.
Não somente isso, claro, mas temos que elencar pilares ou prioridades e talvez essa seja a principal.

Quando a linha de raciocínio é o volume de recursos disponibilizados pelos países, não podemos esquecer que a pandemia devastou muitas nações e levou tanto governos, quanto cidadão, à acumulares dívidas enormes. E investir seja onde for, é um trabalho para gênios.

Espera-se que o mundo cresça 4,5% em 2022, com a manutenção da vacinação e alavancagem dos países mais poderosos do globo. Alguns países já estão emergindo da crise, mas fazem isso com desafios diferentes, muitas vezes refletindo seus pontos fortes e fracos do período pré-COVID 19. Mesmo nos países onde a produção ou o emprego recuperaram seus níveis anteriores à pandemia, a recuperação é incompleta, com empregos e renda ainda abaixo dos níveis esperados antes da pandemia.

Minha reflexão final: negócios se fazem em movimentos e com muito estudo. Para o pós pandemia não existe o “reinventar a roda”. É continuar trabalhando com foco, estudo nos mercados onde existem facilitações e acabar de vez com a procrastinação, porque nós brasileiros vivenciamos e continuaremos a vivenciar o sabor amargo que ela deixa ao empresário que espera acontecer.

Fonte : RDunck Consultoria Empresarial .

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