2023 – O que esperar da economia global?

Previsões econômicas para 2023. Me sinto mais como uma cartomante do que como uma especialista quando o assunto é “previsão”. Depois de um recente histórico de pandemia e guerra, é difícil avaliar o rumo que o mundo tomará, pois ainda são inúmeros os fatores de incertezas.

Ok, mas precisamos avaliar o que fazer das nossas empresas e onde apostar nossas forças operacionais e financeiras. E aí? como avaliar? Meu método é sempre qualitativo e por exclusão: Damos menos importância aos fatores especulativos e mais atenção aos tangíveis. 

Paridade euro-dólar encostando como não se via há 20 anos. Inflação norte-americana presente depois de 40 anos. Nós aqui, ainda batendo cabeça sobre como controlar a recessão em meio à um ano de eleições. Porém, para nós talvez seja mais fácil lidar com situações como estas, porque vivemos isso constantemente. Economias voláteis se adequam mais rapidamente às crises.

Nós, produtores de commodities, devemos nos comportar como nesse cenário? O que acontece com o Brasil se grandes mercados como Europa e USA de fato se afundarem em uma crise mais longa do que a prevista? Europa dependerá muito da Guerra e USA do controle da inflação e retomada do consumo.

O Brasil foi ágil em aumentar os juros muito à frente, por exemplo da Europa, o que é excelente sob o ponto de vista de manter aquecido o interesse do investidor em nossos papéis. Mantendo o interesse dos investidores, mantemos nossos cofres com entradas em moeda forte e com isso, “estacionamos” um pouco o dólar. A entrada de investimentos estrangeiros é o contraponto que precisamos para equalizar nossas commodities que são dolarizadas e que causam inflação nos pratos dos brasileiros.

E nosso comércio internacional nisso tudo? Paramos de prospectar? Aguardamos para ver como tudo vai se resolver? Jamais! precisamos continuar pensando em soluções e preenchimento de lacunas que algumas economias estão deixando no mercado. Se formos perspicazes, poderemos produzir produtos tradicionalmente fornecidos pela Ucrânia, Rússia etc. E como podemos fazer isso se precisamos de inovação e tecnologia? Com a importação de produtos, sejam bens de capitais, sejam matérias-primas para a produção.

Existem milhares de alternativas que estão na prateleira do mercado e que só falta o brasileiro sentar-se na cadeira e estudar. Portanto, a hora é de revisar seus custos para ganhar o mundo e trazer eficácia aos seus processos. E isso precisa ser feito da porta para dentro, porque da porta para fora você vai encontrar alguns leões como a logística internacional.

O FMI espera que a economia mundial cresça 3,2% este ano e 2,9% em 2023. Entre os desafios estão o aumento da inflação global, uma desaceleração pior do que o esperado na China e as consequências contínuas da guerra na Ucrânia. Como resultado dos danos da pandemia e da guerra, o nível de renda per capita nas economias em desenvolvimento este ano ficará quase 5% abaixo de sua tendência pré-pandemia.

O que as pessoas não notam é que o mundo cresce em média 3% desde 2019 (e em 2016 e 2012 também passamos por esse mesmo patamar). Portanto, otimismo mediante de desafios pode te levar longe. Crises são sempre oportunidades de crescimento e renovação.

Espera-se que em 2023-24, à medida que a guerra na Ucrânia se interrompa (assim esperemos), o investimento e o comércio no curto prazo sejam retomados, e a demanda que hoje está reprimida será finalmente atendida. Aos poucos, haverá então a famosa acomodação da política fiscal e monetária.

Vale a pena então se acomodar? Jamais! essa é a hora de olhar os números e as situações com a frieza que é tão necessária no mundo dos negócios e perceber que embora existam percalços, já tivemos situações críticas que não duraram mais do que 3 anos.

Fonte: RDunck Consultoria Empresarial

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